Helio Beltrão

Engenheiro com especialização em finanças e MBA na universidade Columbia, é presidente do instituto Mises Brasil.

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Helio Beltrão
Descrição de chapéu Coronavírus

Liberem a hidroxicloroquina

Governo será irresponsável se não liberar o uso para todos os casos sintomáticos

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O momento da pandemia por Covid-19 no Brasil é dramático. Hospitais estão começando a receber um número crescente de doentes com pneumonia e insuficiência respiratória.

Quem acompanhou as notícias nos últimos dias está familiarizado com o termo "achatamento da curva".

Um gráfico esquemático com duas curvas em formato de sino, que compara duas hipóteses de transmissão da Covid-19, rápida e lenta, demonstra que uma transmissão rápida exaure a capacidade do sistema de saúde. Nesse caso, uma quantidade muito grande de pessoas ficaria sem atendimento e sem acesso aos respiradores. É preciso achatar a curva.

A situação dramática na Itália e em outros países contaminou o imaginário da população, que espera o caos.

Contribui com o medo generalizado o artigo acadêmico "Impacto de Intervenções Não Farmacêuticas para Reduzir a Mortalidade da Covid-19 e a Demanda do Sistema de Saúde", publicado pelo Imperial College, que prevê a morte de 500 mil britânicos e 2 milhões de americanos caso não seja implementado o confinamento total, ou lockdown, durante muitos meses.

O estudo é deficiente e irrealista: não faz análise do balanço de benefícios e custos (queda do PIB, empregos, fechamento de empresas), presume capacidade estática do sistema de saúde, não incorpora o uso de máscaras e não decompõe por fronteiras geográficas de transmissão, mas por países.

Desgraçadamente, formadores de políticas de saúde pública no mundo têm se baseado em estudos como esse. Cálculos similares para o Brasil têm projetado 1 milhão de mortes!

Em tais cálculos absurdos não estão computados os efeitos benignos de eventuais tratamentos eficazes. E aí reside a maior esperança: a hidroxicloroquina (HCQ).

É um medicamento dos anos 1940, recomendado pela OMS, seguro sob recomendação médica e cujos efeitos colaterais são conhecidos. Na semana passada, foram publicados dois estudos: um na revista Nature e outro capitaneado pelo dr. Didier Raoult, do IHU Méditerranée.

Os resultados são promissores. No estudo do dr Raoult, 20 pacientes foram tratados com HCQ, e em 14 deles não foi detectado o vírus após seis dias. Em conjunto com o antibiótico azitromicina, a HCQ também demonstrou êxito.

A comprovação científica definitiva só virá depois de realizados estudos de melhores práticas, que são randomizados e "double blind", porém meses podem passar antes de sua publicação em periódico de primeira linha com revisão por seus pares.

Por enquanto, a OMS, governos, agências reguladoras como a Anvisa e até parte da comunidade médica estão rechaçando o uso em tratamento acompanhado. Na quinta-feira passada (19), o Ministério da Saúde confiscou e recolheu a HCQ de todas as farmácias, distribuidores e laboratórios do país, deixando na mão os doentes de lúpus e artrite.

Porém, desde a semana passada, há um crescente e impressionante conjunto de evidências anedóticas de êxitos do tratamento "off-label" da HCQ. Apesar da OMS, os melhores hospitais do mundo já inseriram a HCQ em seu protocolo para tratamento de casos avançados, com resultados excelentes. No Brasil, é o caso da Rede D'Or, da Albert Einstein e da Prevent Senior.

Tenho informações de que inúmeros profissionais de saúde da linha de frente também estão tomando a HCQ em dosagem profilática, preventiva. Ações falam mais alto que palavras. "É perigoso para você, mas bom para mim."

Com o esmagador conjunto de evidências e o baixo risco, a Anvisa e o Ministério da Saúde serão irresponsáveis se não liberarem o uso para todos os casos sintomáticos, não apenas os graves. Quando isso ocorrer, a curva será achatada, e muitas mortes serão evitadas, precipitando o fim da pandemia.

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